quarta-feira, 8 de dezembro de 2010




Eu vasculho em vocês um rastro daquilo que há em mim, e, por favor, tudo que a mãe natureza possa ter feito prá diferenciar.
15 anos de nós 3!
15 anos de uma história de amor...

sexta-feira, 30 de julho de 2010





GIRANDO EM SINTONIA

com meu corpo...
com meu coração...
com minhas intenções...
com meus chakras...
com meus átomos...
com meu DNA...

Girando desde sempre...
esse tempo já existiu:
muito antes dos labirintos da infância!
Girando até que tudo vire nada...
abrindo espaço prá que cada célula lembre,
e prá que eu possa escutar neste silêncio,
a melodia da minha alma que,
alegre,
volta a dançar com outras...
em comunhão com o Planeta,
em comunhão com Deus.




àqueles que um dia giraram comigo, ou que ainda vão girar...
e também àqueles que, de alguma forma, me apoiaram para que eu fizesse a iniciação da dança de giro dos sufi Mevleves.

Maria Rosa, em Monte Crista, junho de 2010.
(foto: Ieda Alves)



terça-feira, 27 de julho de 2010

STONEHENGE – O CÍRCULO SAGRADO CELTA


“Deus é um círculo cujo centro está em todos os lugares e cuja circunferência não está em lugar nenhum”
(Hermes Trismegistus)

O mundo antigo abriga inúmeros mistérios, lendas, mitos e testemunhos artísticos e arquitetônicos das civilizações perdidas. Tudo isso está envolto nas brumas da ancestralidade e fascina o homem desde sempre. Embora muitos livros já tenham sido escritos apresentando versões variadas para buscar explicar essas culturas, e pesquisadores tenham percorrido sítios arqueológicos para comprovar a origem e datar no tempo monumentos dessas civilizações da Antiguidade, eles continuam a nos arrebatar a imaginação e a nos convidar para fazer reflexões mais profundas sobre a origem e a história da nossa humanidade.

Dentre tantos monumentos do mundo antigo, para nós ocidentais o enigma arquitetônico mais famoso e intrigante é Stonehenge. O círculo, o labirinto, é uma forma presente em todas as tradições e culturas, e esse é um legado da tradição e cultura celta. Como toda cultura constitui um todo indissociável, esse monumento demonstra que estamos todos integrados no tempo; e que presente e passado são facetas de uma mesma existência.

Os celtas nos deixaram uma mitologia de grande beleza e uma tradição espiritual mágica cujas lendas magníficas contêm inegável poder revelador e inspirador. A estrutura poderosa do círculo de pedras de Stonhenge proporciona não apenas a visão do fato concreto, mas também uma experiência subjetiva profunda de apreensão da essência da cultura do povo celta.

Diante de monumentos dessa grandiosidade, o transcendente se manifesta e revela a simbologia sagrada da vida; o passado e o presente se unem; o racional e o espiritual dialogam e, desse diálogo, nascem novos conceitos de realidade e visões de mundo.

Nesse novo milênio, as alianças entre sobrevivência e transcedência, mundo interior e mundo exterior, serão o alicerce da construção de um homem melhor. As tradições espirituais e a sabedoria contida nelas revelam a unidade na diversidade do conhecimento e de todas as manifestações da vida.

No Ocidente, Stonhenge é o monumento pré-histórico mais conhecido e pesquisado, e é visitado por milhares de pessoas anualmente. Localizado na planície de Salisbury, sul da Inglaterra, ele reina soberano na paisagem descampada em místico isolamento.

Quando o visitante avista o magnífico círculo formado por imponentes blocos de pedra cinza chamada sarsen – um tipo de arenito muito duro -, sente a força e envolvência do mistério que o monumento encerra. Os blocos de pedra medem 4 metros de altura e são denominados menires; encimados pro enormes pedras horizontais, dolmens, formam um enorme círculo contínuo com aberturas regulares entre as pedras.

Diante da magnificência do círculo sagrado, nos transportamos para um passado desconhecido, porém pressentido, e sentimos o poder do dinamismo efetivo dos símbolos, a imagem acolhedora da roda, do círculo, e percebemos como essa é uma forma geométrica sagrada e atuante em nosso psiquismo. Temos sede de unidade. O círculo sagrado nos apresenta uma concepção unificante do sentido da vida; por isso nos atrai tanto e provoca no peito um sentimento reverente e, na mente, um alumbramento.

Stonehenge é mais do que um monumento; é um símbolo e é um mito, e por isso se presta às mais variadas interpretações e perspectivas. O mito permite o afloramento de questões que pressupõem atitudes diante da realidade, e reorganiza nosso modo de ver e entender as coisas, nós mesmos e o mundo. Por isso, Stonehenge instiga a imaginação e se apresenta como algo destinado a se éter-nizar.

Quem primeiro se deteve para estudar o monumento foi o clérigo Henry de Huntingdon que, por volta de 1130, escreveu um livro sobre a história da Inglaterra, e incluiu Stonehenge como incógnita histórica. Historiadores atribuem a idade de cinco mil anos para o círculo de pedras, e os místicos e eso-téricos o consideram uma obra erigida pelos atlantes.

De onde teriam vindo aqueles blocos enormes, já que na planície não existem montanhas nem pedreiras? Como teriam sido erguidas e por quem?



O nome Stonehenge se origina de stan (pedra) e hencg (eixo), palavras do inglês arcaico. Geoffrey de Monmouth corajosamente atribuiu a construção de Stonehenge ao mítico mago Merlin, que magicamente teria transportado as pedras que já existiam na Irlanda para Salisbury, por ordem de Aurélio Ambrósio, tio do rei Arthur. A narrativa de Geoffrey teve enorme repercussão no coração dos ingleses porque evocava o mago Merlin e a legendária cavalaria arturiana, o patriotismo, as aventuras heróicas, a bravura e principalmente o mistério.

O monumento também foi decifrado com um marco erguido em homenagem aos britânicos indefesos massacrados pelos brutais saxões. Depois, em 1620, o rei Jaime I visitou o monumento e ordenou que se escavasse o local e buscasse a origem do círculo. A região pertencia a Robert Newdyk, que recusou a proposta de compra que lhe foi feita pela realeza, mas autorizou as escavações.

Muitos pesquisadores elaboram teorias sobre Stonehenge; uns atribuíam a construção aos Romanos, e outros aos escandinavos, que também têm megálitos semelhantes, porém de tamanho menor.

Por volta de 1953, as pedras foram fotografadas, revelando o desenho de uma adaga muito semelhante às espadas da civilização micênica de 1500 a.C., na Grécia. A descoberta de outros círculos de pedra no interior da Grã-Bretanha e de antigos escritos romanos, conduziu os pesquisadores e cientistas até os celtas e os druidas. A aproximação entre ciência e tradição espiritual trouxe mais informação sobre o monumento.

Dizem alguns estudiosos do esoterismo que os celtas remontam ao tempo em que os deuses caminhavam sobre a Terra – a era dourada da humanidade.

O escritor e pesquisador francês Robert Charroux, em o Livro dos Mundos Esquecidos, afirma que os celtas irlandeses eram atlantes ali radicados depois do afundamento de Poseidon, a última ilha de Atlântida. Os atlantes que sobreviveram à catástrofe teriam se espalhado pelo mundo, semeandos sua cultura, conhecimentos, artes, crenças e rituais místicos e mágicos.

Segundo o mesmo autor, certo dia, os celtas receberam a visita dos Tuatha Dé Danann, um povo maia quiche vindo de além-oceano depois de ter sofrido uma grande derrota em seu território. Os Tuatha Dé Danann tinham o mesmo tipo físico, os mesmos costumes, manifestações artísticas e deuses dos celtas, e neles estariam reencontrando sua raiz civilizatória. Os celtas os acolheram e com eles se mesclaram.

Os Tuatha se diziam uma raça divina e seriam inicialmente originários da Céltia, vindos de Atlântida. Essa afirmação se baseia em textos do Popol Vuh, livro sagrado dos maias, no qual está escrito: “Eles estavam em Há’kavitz quando os quatro chefes da migração desapareceram de forma misteriosa. Embora bastante idosos e vindos de muito longe há já algum tempo, não estavam doentes quando se despediram de seus filhos, dizendo que a missão tinha sido cumprida e que regressavam à pátria.”

Outro trecho diz: “A vossa casa não é aqui; é para além dos mares que encontrareis as vossas montanhas e as vossas planícies. Sereis protegidos por Belih (Bel) e pro Tot (Thot,Thor), deuses de civilizações muitos antigas”.Bel, na Babilônia; Thot, no Egito; e Thor, para os escandinavos e germanos.

Os celtas-atlantes seriam nossos antepassados comuns, pois teriam colonizado todo globo. Como eles eram grandes navegadores, mapearam os oceanos e o planeta, e se espalharam pelo mundo. Da Pérsia, atual Irã , à Irlanda e àIbéria, e daí continuaram e povoaram toda a bacia mediterrânea;a seguir foram para a Índia e demais paises da Ásia. Depois, atravessaram o Atlântico e se mesclaram aos autóctones americanos do norte e do sul. Eles também teriam ido ao Pacífico Sul e povoado as ilhas da Micronésia e da Polinésia, e constituído o mítoco império de Mu.

É evidente que essa versão não é aceita pela história oficial, sendo considerada fantasiosa; mas os arqueólogos e historiadores devem se sentir desafiados pelas evidências. Os menires, os lingans (falos) da Índia, e os megálitos de Filitosa e de Carbac, na França, os da Grã-Bretanha, Alemanha, Rússia, Ásia, etc., são semelhantes aos de Tula, no México, de Tiahuanaco, na Bolívia e Peru, da Ilha de Páscoa, Ilhas Marianas, das Ilhas Guanches nas Canárias, Lampur, Senegal, Egito e outros. A pirâmide de Carnac, conhecida como túmulo de Saint Michel, e a de Plouézoch, na Bretanha, são semelhantes às pirâmides maias em Monte Albán, obedecendo à mesma arquitetura.

Esses e outros indícios, ainda envoltos em mistério, podem ser desvendados desde que os pesquisadores ousem rever a história oficial sem medo, e não se acomodem ao conhecido e referendo pela maioria.


Os Druidas são os servidores da Deusa, a Grande Mãe, e detentores da sabedoria sagrada dos celtas. Eles eram os cientistas e os mestres espirituais desse povo. Eles eram homens magos que dedicavam suas vidas a louvar a fecundidade da Terra e a promover a evolução humana e cósmica pelo diálogo da alma com o planeta e o cosmos. Esses sacerdotes viviam um polisteísmo singular e cheio de paradoxos.

O deus supremo dos celtas era o Dis Pater, que não podia ser conhecido nem sequer invocado. A mitologia celta tem nos seus demais deuses manifestações arquetípicas desses deus inominável. Cernunus, filho e consorte da Deusa, a insemina e é parido por ela. Lug, o herói mestre de todas as artes, Esus, Taran, Teutatés, Belinus e outros tantos, são aspectos desse Dis Pater e instrumentos de sua atuação efetiva na vida. A contraparte feminina do Dis Pater é tão inominável e abstrata quanto ele, mas no plano material é chamada Dé-Meter (Terra Mãe).

Dé-Meter é a raiz de Demeter, deusa da Grécia; também é o princípio feminino Morrigan, a Morgana dos celtas; Don para os russos;e Dana, a Senhora Rainha da Estrela Sírius, outro nome de Ísis para os Tuatha, ou Ana. Os irlandeses chamavam-na Danu. Dan é uma palavra céltica, e está presente na composição de muitos nomes arianos, escandinavos e eslavos. Por exemplo: Danmark (Dinamarca), Dan ou Wodan (Odin, deus da mitologia escandinava), e também dos germanos e dos citas. A tribo de Dan, à qual pertencia Sansão, para alguns era formada por uma aliança celto-hebraica.

Os druidas eram sacerdotes iniciados na sabedoria da natureza e afirmavam – assim como faziam os sacerdotes maias e incas – que eram descendentes do deus dos mares, de quem tinham aprendido a ciência e a sabedoria. Eles acreditavam na eternidade da energia da matéria, na eternidade do espírito e na metempsicose.

Para os celtas, a manifestação da vontade do inominável e desconhecido cria a vida e se experssa em três círculos: abred, o círculo interior, onde pulsa o gérmen de todas as coisas;o gwenved (círculo do centro da beatitude); e o Keugant, o círculo exterior, onde somente Deus se encontra. Acreditavam em cinco elementos de sustentação da vida : Kalas (a Terra, a emanação de Dé-Mater); gwyar (a hmildade); fun (o ar); uvel (fogo, luz, calor); nwyvre (emanação do espírito de Dis Pater). Da união da emanação do espírito de Dis Pater e Dé-Mater com os demais elementos surge a vida.



Os druidas não tinham templos e oficiavam no altar da natureza, em especial nos bosques e junto a uma árvore consagrada : o carvalho. Na lunação adequada, utilizavam uma pequena foice de ouro para extrair o visco do carvalho, um musgo com poderes curativos do corpo físico e do corpo astral, dotado de elementos transmutadores de desequilíbrios e fortalecedores do sistema imunológico. Esse era um ritual permitido somente aos druidas. Do visco (visgo) era feita uma poção que, depois de pronta, era servida aos membros da comunidade.

Eles conheciam poções para soluções de males físicos e espirituais, feitas com misturas de raízes, ervas resinas e minerais. Os druidas eram grandes alquimistas e conhecedores da linguagem das estrelas, sendo Stonehenge para eles um observatório solar e um ponto de convergência das energias cósmicas e um catalisador de energias curativas.

A Deusa era adorada em todas as formas da natureza. Os druidas também eram profundos conhecedores das energias telúricas. As ondas de energia que circulam no interior da Mãe-Terra e pulsam nas entranhas do planeta eram chamadas as “veias do dragão”, e a bruma, a sua respiração. Eles eram estudiosos do céu e harmonizavam os sinais terrestres e celestes para definir caminhos e ações. Tinham uma relação orgânica com o universo e com a Mãe-Terra. Eles se guiavam pelo Sol e pela Lua na contagem do tempo orientador para o plantio e colheita, e para a elaboração do calendário.

Recentemente, astrofísicos e estudiosos da nossa estrela-mãe, o Sol, estudando Stonehenge, obtiveram novas informações sobre as pulsações e explosões solares, desvendando no monumento alguns conhecimentos adquiridos pelos antigos celtas.

Os druidas da Irlanda eram considerados da mão esquerda, ou seja, feiticeiros que utilizavam a manipulação das energias naturais em benefício próprio e praticavam sacrifícios humanos. Os druidas da Bretanha, Escócia e da Inglaterra são considerados os verdadeiros herdeiros da sabedoria celta e servidores de Dis Pater e Dé-Mater.

O declínio dos celtas e druidas tem início com a invasão romana. Os romanos atacaram o País de Gales no ano 61 d.C., e muitos dos nobres galeses eram anti-romanos e resistiram bravamente; com a ajuda do povo e dos druidas, lutaram contra a invasão, mas sofreram terrível derrota.



Com a cristianização, o druidismo que restou foi perseguido, e à medida que o Cristianismo se firmava, foram desaparecendo os rituais e festivais sagrados. Os druidas forma considerados um mal a ser extirpado e suas práticas religiosas vistas como nefastas e demoníacas.

No século 18, aconteceu o renascimento dos druidas e da cultura dos celtas. Foi quando estudiosos da Antiguidade e nacionalistas galeses trouxeram de volta suas origens célticas e o interesse pela sabedoria dos druidas, visando restaurar a memória cultural e a identidade nacional.

Os druidas, as sacerdotisas, os bardos, os poetas e os harpistas celtas permeiam as lendas inglesas e encantam milhares de pessoas pelomundo afora. As lendas narram os amores, desafios e feitos dos cavaleiros. O seu principal símbolo é a espada sagrada chamada Excalibur, a espada da reconstrução do Bem.

Segundo as narrativas, o jovem Arthur, nascido pela vontade da Deusa para liderar, seria o rei que traria paz e prosperidade ao povo. O menino foi concedido por Igraine, sacerdotisa da Deusa de Avalon, e criado por Merlin, o mago. Arthur recebe de Merlin ensinamentos morais e marciais, e sua pureza de coração e intenção justa o autorizam a ser o único capaz de retirar da pedra onde está incrustada a espada mágica, presente da Senhora do Lago, a grande sacerdotisa de Deusa.

Empunhando Excalibur, Arthur inicia um novo ciclo de evolução sobra a Terra, e não somente sobre Avalon. Cria uma nova ordem e constrói Camelot, o castelo onde os famosos doze cavaleiros se reuniam em torno da Távola Redonda para comungar de valores, façanhas e sonhos. Lenda e realidade se misturam e o poder político e o poder espiritual são parceiros nas narrativas arturianas. Recentemente, historiadores localizaram o que consideram ser o túmulo do mítico rei Arthur.

Atualmente, muitos são os adeptos do druidismo espalhados pelos diversos países, e os modernos druidas reivindicam o acesso a Stronehenge para se reunir por ocasião dos solstícios de inverno e de verão, e reviver as práticas das quais se consideram legítimos herdeiros.

A estação de semeadura que precede o inverno, bem como o início da primavera e, finalmente, todos os solstícios, erma marcados por comemorações. O nascer do dia, a chegada da noite, as lunações e a chuva fecundante, eram recebidos como dádivas pelos celtas-druidas, e os atuais seguidores gostariam de poder se reabastecer na memória sagrada que vibra e emana de cada menir no círculo de Stonehenge.

As autoridades britânicas impedem a entrada no círculo sagrado argumentando que a manutenção da integridade do monumento estaria ameaçada. Que quiser visitar o círculo sagrado dos celtas, terá de ser contentar com uma observação distante.

Se os celtas são realmente nossos antepassados, unificadores da cultura planetária, é algo a ser comprovado pelos cientistas e historiadores. Mas Stonehenge é, sem dúvida, uma mandala de integração e um monumento da humanidade que nos remete ao limite do que seja finito e cognoscível. Nele, a iminência do sagrado expressa uma realidade transcendente, compartilhada por todas as raças e culturas reunidas em torno do Mistério.



Marilu Martinelli é jornalista, escritora educadora, professora de mitologia, consultora para Formação do Educador em Valores Humanos.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Dança da Alma





“O Dia levanta! Os Átomos dançam,

As almas, loucas de êxtase dançam.

A abobada celeste, por causa deste Ser, dança,

No ouvido te direi aonde leva esta dança.”

(Rumi)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um ano se passou...


Chão de Giz - Zé Ramalho






















"Veio a mim o amor e se transformou em sangue nas minhas artérias. O que sobra de mim é um nome, o resto é somente Ele." (Dîwân)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Mês de junho, dia 15.
Um mês que tá custando a passar que tá pesado que tá doendo que tá ardendo a saudade aperta a garganta fecha me falta voz pros ensaios ultimamente que merda!



Na manhã de hoje fui modelo não só prá Carlota...

foto: Carla Magalhães


prá Andréia Oliveira também.

foto: Andréia Oliveira


Estranho me ver assim nos olhos de outra pessoa, que não a Carla Magalhães, que já tô acostumada, que é pintura, que é cheia de símbolos e significados e me desvenda de uma forma mais sutil (nem por isso deixando de ser extremamente forte e reveladora).
Estranho mas bom! É foto, é instantâneo, em ângulos e recortes e nudez...tudo ali direto e reto!!!!
Duas artistas, duas leituras de ALMA.

Meu corpo em um ano definhou um poucomuito, tenho um bicho que me come por dentro, sonhei com ele esses dias: um médico tirou o molusco da barriga da mulher que sofria de dores terríveis, que tava minguando, que tava sendo comida pelo bicho. O médico perguntou como ela se sentia agora, e ela respondeu: - Sinto falta do bicho, falta de sentir a minha dor.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010



No blog da minha amiga Carla Magalhães, http://www.esteticaderodoviaria.blogspot.com/ , na postagem de 05/05/2010 ela publica o seguinte:

..." IN A FAMOUS DISCOURSE ON THE RELATIONSHIP OF MIND TO BODY, WITTGENSTEIN IMPLIED THAT TO BE HUMAN IS TO BE A MIND EMBODIED: SO A PICTURE OF THE BODY IS JUST A PICTURE OF THE MIND WHEN WE REGARD OURSELVES AS EMBODIED MINDS OR SOULS."... (Arthur C. Danto)

esta citação aparece junto à foto da pintura que ela fez esta semana.

foto: Carla Magalhães

aos poucos minha alma tem aparecido cada vez mais nas tuas telas, carlota...e os momentos que passo posando prá ti são entrecortados e costurados por emoções, lembranças, músicas, café, conversas, risos, gatos, cheiros, telefonemas, lágrimas, saudades... que explodem e me desnudam, sem q eu precise tirar uma peça de roupa sequer.

Enquanto teu pincel trabalha, eu tô fazendo um auto-retrato aqui dentro do coração.


domingo, 25 de abril de 2010

4ª MEIA MARATONA CORPA




Everybody Is A Star - Jackson 5





SÁBADO, 24 DE ABRIL, 19h. GASÔMETRO, PORTO ALEGRE.






TORCIDA DA MÃE DO ÉRICO E DA JOANA


TENSO!!!!!!!!!!!!



VOA COM O VENTO!!!!!!!!


A LARGADA...SERÃO DUAS VOLTAS ATÉ A FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO!!!! VIXE!!!




PRIMEIRA VOLTA , REGISTRADA PELA SÔNIA...



O TINOCO CORREU POR FORA!!!! hehehehe......
VAI LÁ MERMÃO!!!


ENQUANTO A GENTE ESPERAVA A VOLTA FINAL, OLHAVA ESTE CÉU LINDO DE UMA NOITE FRIA...



DÁ-LHE GURI!!!! BAMO QUE BAMO!!!! LÁ VEM ELE!

DEPOIS FOI SÓ COMEMORAÇÃO E PARTIR PRO ABRAÇO...4º LUGAR NA CATEGORIA E UM LUGAR NO PÓDIUM!!!


EU E SÔNIA

TINOCO E ÉRICO


ÉRICO E SUA MÃE, BEEEEEEEEEEEEEM FELIZ!!!!





E AINDA NO FIM, BAIXOU A ZENOVEVA NA MÃE DO ÉRICO, E ELA FOI TIETAR O RADICCI!!!

sábado, 24 de abril de 2010

EDERLEZI - UMA NOVA ETAPA

Esta Música é uma homenagem ao dia da chegada da primavera, onde o fim do inverno é o
início de uma nova etapa.
Coincide também com o Dia de São Jorge, de quem os ciganos Balcãs são devotos.
Um dia para ser comemorado, para cantar para dançar e como de costume sacrificar e assar um carneiro. Esta versão foi idealizada por Goran Bregovic músico e compositor e foi adaptada no filme Tempo dos Ciganos de Emir Kusturica.




Sa me amala oro kelena
Oro kelena, dive kerena
Sa o Roma daje
Sa o Roma babo babo
Sa o Roma o daje
Sa o Roma babo babo
Ederlezi, Ederlezi
Sa o Roma daje
Sa o Roma babo, e bakren chinen
A me chorro, dural vesava
Amaro daje, amaro dive
Amaro dive, Ederlezi
Ediwado babo, amenge bakro
Sa o Roma babo, e bakren chinen
Sa o Roma babo babo
Sa o Roma o daje
Sa o Roma babo babo
Ederlezi, Ederlezi
Sa o Roma daje




HOJE INICIO UMA NOVA ETAPA.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

JORGE DA CAPADÓCIA



Jorge da Capadócia - jorge ben jor

No dia 23 de abril, devotos do mundo inteiro comemoram o dia de São Jorge. Padroeiro de Portugal, da In­glaterra e da Catalunha, São Jorge também é protetor dos soldados, militares, ferramenteiros e ferroviários.

A devoção e o conhecimento a São Jorge cresceram no Brasil pelos escravos, que, proibidos de adorar seus ído­los "pagãos", passaram então a fazer seus pedidos, cul­tos e rituais fora das igrejas, associando a imagem de São Jorge, trazido pelo Catolicismo português, aos orixás guerreiros do culto-afro. Por esse motivo é que São Jorge guerreiro possui diversas representações nas religiões afro-brasileiras. Na Bahia é associado ao orixá Oxóssi, e no Rio de Janeiro, São Paulo e outros estados do norte e nordeste ao orixá Ogum.

Filho de pais cristãos, Jorge nasceu na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia. Mudou-se para a Palestina, com sua mãe, logo após a morte de seu pai.

Entrou para o exército romano, se tornando capi­tão, e, por sua dedicação e habilidade, o imperador lhe conferiu o título de conde.

Com 23 anos de idade passou a residir na corte im­perial de Roma, exercendo altas funções.

Recebeu o honroso título de 'Grande Mártir', no Ori­ente, onde era venerado des­de o século IV.

O guerreiro, originário da Capadócia, converteu-se ao Cristianismo exercendo a função de capitão do Im­pério Romano, ao tempo em que o imperador Dio­cleciano tinha planos de matar os cristãos.

Fiel a Jesus Cristo, Jorge demonstrou-se espantado com aquela decisão e afir­mou que era servo do reden­tor Jesus Cristo e que nele estava a 'verdade'.

Mantendo-se fiel a Jesus, o imperador tentou fazê-lo desistir de vários modos, e, não tendo êxito em suas ten­tativas, mandou degolar o jovem cristão no dia 23 de abril de 303.

Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lídia (antiga Despoles), onde foi sepultado e onde o imperador cristão, Constantino, mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis. Seu culto se espalhou imediatamente por todo o oriente.

Venerado desde o sécu­lo IV, sua popularidade e fi­éis foram crescendo que, chegando no século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla, dedicadas a ele.

No Egito foram mais quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir.

Na Itália era padroeiro da cidade de Gênova, e, no Oci­dente, na idade média, as cru­zadas colocaram São Jorge à frente de suas milícias, como patrono da Cavalaria.

Durante a primeira guer­ra mundial (1914-1918), muitas medalhas de São Jor­ge foram cunhadas e ofere­cidas aos enfermeiros, mili­tares e as irmãs de caridade que se sacrificaram ao tomar conta dos feridos da guerra.

As artes também divulga­ram, amplamente, a imagem do santo. Em Paris, no mu­seu do Louvre, há um qua­dro famoso de Rafael (1483-1520), intitulado “São Jorge vencedor do Dragão”.

Na Itália existem diversos quadros célebres como o de autoria de Donatello (1386-1466).

"A imagem atual é fruto de uma lenda e isso não quer dizer, no entanto, que ele não existiu e que o martírio dele não foi significativo"-, diz o monsenhor Arnaldo Beltrani, vigário episcopal de comuni­cação da Arquidiocese de São Paulo.

Há uma grande varieda­de de histórias relacionadas a São Jorge.

O relato e a imagem, por todos conhecidos, do cavalei­ro que luta contra o dragão, começaram a ser difundidos na Idade Média e são muito usados para provar que o santo não teria passado de um mito.

A versão mais corrente dá conta de que um horrível dragão saía de vez em quan­do das profundezas de um lago e atirava fogo contra os muros de uma longínqua cidade do Oriente, trazendo morte com seu mortífero hálito. Para não destruir toda a cidade, o dragão exi­gia, regularmente, que lhe en­tregassem jovens mulheres para serem devoradas.

Um dia coube à filha do rei ser oferecida, em comida, ao monstro e o rei, que nada poderia fazer para evitar o destino horrível de sua filha, acompanhou-a com lágri­mas até as margens do lago, quando de repente apareceu um soldado montado em um cavalo branco e, destemida­mente, enfrentou as labare­das que saíam da boca do dragão e as venenosas nu­vens de fumaça de enxofre que eram expelidas pelas na­rinas daquele monstro. Com sua espada de ouro e sua lança de aço, São Jorge ven­ceu o terrível dragão.

O grande guerreiro assegurou ao povo que tinha vindo em nome de Cristo para vencer o dragão e que eles deviam converter-se e serem batizados.

A relação entre o santo e a Lua viria de uma lenda antiga que acabou virando crença para muitos.

Diz a tradição que as manchas, apresentadas pela Lua, representam o mila­groso Santo e sua espada para defender aqueles que buscam sua ajuda.

Embora muitos não acre­ditem em suas histórias e outros acreditem que o san­to tenha sido cassado pela Igreja Católica, o martírio de São Jorge e o seu culto con­tinuam sendo reconhecidos pelo Catolicismo.

O dia de São Jorge tornou-se opcional com a reforma do calendário litúrgico, rea­lizado pelo papa Paulo VI, em maio de 1969.

No Candomblé e na Umbanda, ele é o desbravador de todos os caminhos e senhor do ferro e do aço. Protege os agricultores, os soldados, os artesãos e seus filhos e a todas as pessoas que pedem a sua ajuda nas lutas, na justiça ou até mesmo por melhores condições de vida. Orixá do elemento terra, Ogum é pleno de energia e empreendedor e suas decisões são rápidas, ama a liberdade, mas é a sua falta de paci­ência que faz com que, às vezes, se torne rude, embora não deixe de ter calor humano.

Filho do orixás Yemanjá e Oxalá, governa e rege sobre as guerras, batalhas, dificuldades, demandas, disputas e desentendimentos.

-A música “Flash of the Blade” do álbum Powerslave do Iron Maiden fala sobre São Jorge.

-A banda Angra, usou a imagem do santo na capa do álbum Temple of Shadows.

-No RPG D&D 3,5, existe uma classe de prestígio que se chama Dragon Slayer, ou seja, Matador de Dragão. A arma preferida é a lança.

-Existe também o cenário de DragonLance, que traduzindo fica algo como a Lança do Dragão.


quarta-feira, 21 de abril de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

MAIS UM POUCO DE GIRO SUFI

Enviado por Patrícia Preiss, uma pessoa linda, focalizadora de Danças Circulares:

Aqui estou em teu jardim
sob a árvore que concede todos os desejos.
Tão cheio de fogo estou que danço sem música.
Sou uma sombra dançando com a luz do sol.
Às vezes me alongo e me deito no chão.

Às vezes me encolho e tenho a cabeça aos pés.

Além da luz e das trevas que se alternam nesta terra,

traço meu caminho através das eras ....

Jalal ud-Din Rumi - Danço com a Luz / Poemas Místicos.



Leonardo Boff, em O Canto da Unidade:

Em 2007 foram celebrados os 800 anos de nascimento de Jalal ud-Din Rumi (1207-1273), o maior dos místicos islâmicos e extraordinário poeta do amor. Nasceu no Afeganistão, passou pelo Irã e viveu e morreu em Konia na Turquia.Era um erudito professor de teologia, zeloso nos exercícios espirituais. Tudo mudou quando se encontrou com a figura misteriosa e fascinante do monje errante Shams de Tabriz. Como se diz na tradição sufi, foi "um encontro entre dois oceanos".

Esse mestre misterioso iniciou Rumi na experiência mística do amor. Seu reconhecimento foi tão grande que lhe dedicou todo um livro com 3.230 versos o Divan de Shams de Tabriz. Divan signfica coleção de poemas.A efusão do amor em Rumi é tão avassaladora que abraça tudo, o universo, a natureza, as pessoas e principalmente Deus. No fundo trata-se do único movimento do amor que não conhece divisões mas que enlaça todas as coisas numa unidade última e radical tão bem expressa no poema Eu sou Tu : "Tu, que conheces Jalal ud-Din (nome de Rumi). Tu, o Um em tudo, diz quem sou. Diz:eu sou Tu". Ou o outro:" De mim não resta senão um nome, tudo o resto é Ele".

Essa experiência de união amorosa foi tão inspiradora que fez Rumi produzir uma obra de 40.000 versos. Famosos são o Masnavi (poemas de cunho reflexivo-teológico), Rubai-yat (Canção de amor por Deus) e o já citado Divan de Tabriz.Próprio da experiência místico-amorosa é a embriaguês do amor que faz do místico um "louco de Deus" como eram São Francisco de Assis, Santa Tereza d’Avila, Santa Xênia da Rússia e também Rumi. Num poema do Rubai-yat diz:"hoje eu não estou ébrio, sou os milhares de ébrios da terra. Eu estou louco e amo todos os loucos, hoje".

Como expressão dessa loucura divina inventou a sama, a dança extática. Trata-se de dançar girando em torno de si e ao redor de um eixo que representa o sol. Cada dervixe girante, assim se chamam os dançantes, se sente como um planeta girando ao redor do sol que é Deus.

Dificilmente na história da mística universal encontramos poemas de amor com tal imediatez, sensibilidade e paixão que aqueles escritos pelo islâmico Rumi. É como uma fuga de mil motivos que vão e vêm sem cessar. Um poema do Rubai-yat canta: "Tu, único sol, vem! Sem Ti as flores murcham, vem!. Sem Ti o mundo não é senão pó e cinza. Este banquete e esta alegria, sem Ti, são totalmente vazios, vem!".

Um dos mais belos poemas, por sua densidade amorosa, me parece ser este, tirado do Rubai-yat:"O teu amor veio até meu coração e partiu feliz. Depois retornou, vestiu a veste do amor, mas mais uma vez foi embora. Timidamente lhe supliquei que ficasse comigo ao menos por alguns dias. Ele se sentou junto a mim e se esqueceu de partir".

A mística desafia a razão analítica. Ela a ultrapassa porque expressa a dimensão do espírito, aquele momento em que o ser humano se descobre a si mesmo como parte de um Todo, como projeto infinito e mistério abissal inexprimível. Bem notava o filósofo e matemático Ludwig Wittgenstein na proposição VI de seu Tractatus logico-philosophicus:"O inexprimível se mostra, é o místico". E termina na proposição VII com esta frase lapidar:"Sobre o que não podemos falar, devemos calar". É o que fazem os místicos. Guardam o nobre silêncio ou então cantam como fez Rumi mas de um modo tal que a palavra nos conduz ao silêncio reverente.