terça-feira, 13 de abril de 2010

GIRO SUFI

Fui pesquisar este assunto pq tô triiiiiiii interessada no giro! há horas!!! se alguém puder enriquecer, esclarecer, ajudar, compartilhar informações...deixa comentários, por favor.





O Sufismo é menos uma doutrina ou um sistema de crenças que uma experiência e uma forma de vida. É uma tradição de iluminação que leva adiante a verdade essencial através do tempo. Tradição que, sem dúvida, deve ser concebida em um sentido vital e dinâmico. Sua expressão não deve permanecer limitada às formas religiosas e culturais do passado. A verdade do Sufismo requer reformulação e expressão nova em cada época.


Se há uma verdade central que o Sufismo distingue, é a unidade do ser, o fato de que estamos integrados com o Divino. Esta é uma verdade que nossa era está numa posição sem precedentes de apreciar - emocionalmente, devido à “contração” do mundo graças às comunicações e ao transporte e, intelectualmente, devido aos desenvolvimentos da física moderna. Somos Um: uma comunidade, uma ecologia, um universo, um ser. Se é que há uma verdade digna desse nome, é que formamos um todo com a Verdade, que não estamos separados dela. A compreensão desta verdade tem efeitos em nosso sentido de quem somos, em nossa relação com os demais e com todos os aspectos da vida. O Sufismo tem a ver com a compreensão da corrente de amor que corre através de toda forma de vida, com a Unidade por detrás das formas.

Se é que o Sufismo tem um método central, este é o do desenvolvimento da presença e do amor. Só a presença pode despertar-nos de nossa escravidão a respeito do mundo e de nossos próprios processos psicológicos, e só o amor cósmico pode abarcar o Divino. O amor é a mais alta ativação da inteligência, pois sem ele nada grande se consegue, seja espiritualmente, artisticamente, socialmente, ou cientificamente.


O Sufismo é o atributo daqueles que amam. Os amantes são pessoas que são purificadas pelo amor, livres de si mesmas e de suas próprias qualidades e completamente atentas ao Amado. Em outras palavras, os Sufis não estão imersos no serviço por alguma qualidade própria, pois eles vêem tudo o que são e o que têm e o que são como pertencente à Fonte. Um antigo Sufi, Shebli, dizia: " O Sufi não vê nada mais que Deus nos dois mundos."


Um aspecto do Sufismo é a presença, e como se pode desenvolver esta presença e usá-la para ativar nossas qualidades humanas essenciais. Abu Muhammad Mutaish disse: “O Sufi é aquele cujo pensamento vai no mesmo passo que seu pé, quer dizer, está inteiramente presente: sua alma está onde seu corpo está, e seu corpo onde sua alma está, e sua alma onde seu pé está, e seu pé onde sua alma está. Este é o sinal da presença sem ausência. Outros dizem o contrário: ‘Ele está ausente de si mesmo, mas presente diante de Deus’. Não é assim: ele está presente consigo mesmo e com Deus.”



O GIRO SUFI:

O Giro Sufi está associado à ligação da terra com o céu, da matéria com o espírito, ao contacto com o divino.

Através do giro o corpo pode entrar em contacto com o que contém de mais profundo, aumentando a consciência de si mesmo e daquilo que o rodeia.

Temos pouca informação precisa sobre as origens do Giro Dervixe. É certo que

expressões diversas e distintas daquelas desenvolvidas pelos Mevlevi estiveram

presentes em outras tradições e grupos Sufis. Algumas delas aparecem de formas mais

ritualísticas e outras com forte influência xamânica e na maioria das vezes, associada a

tradições musicais. Vemos estas últimas ainda hoje em grupos sufis de diversas regiões,

principalmente no Magrib, onde estas ordens utilizam o giro e a música de forma mais

selvagem, na busca por êxtases como forma de cura em rituais de forte influencia

xamânica. Em alguns desses grupos os sheiques e mestres são as mulheres que

conduzem as pessoas ao êxtase e transe para curar seus problemas físicos, psicológicos

ou espirituais.

Mas a forma como o Giro foi desenvolvido e apresentado pelos Mevlevi é bastante

distintas de todas as outras expressões. Sabemos que foi Shams de Tabriz, nascido na

Pérsia, que introduziu Rumi nas técnicas do Giro, e conferiu-lhe os significados e

mistérios. Sabemos que a cosmologia que os Sufis da Pérsia desenvolveram, a partir de

influências Zoroastras, gregas e herméticas e do próprio conhecimento Sufi, foi central

no desenvolvimento de sua filosofia, técnicas e práticas. Esta cosmologia nos descreve a

criação do universo como emanação de Deus e a procissão das Esferas e o surgimento

dos planetas como expressão da beleza e perfeição divina surgindo do ímpeto criativo

expresso no imperativo primordial Kun, seja. Este é o verbo através do qual Deus se

torna manifesto através de sua criação. Mas como nos conta o Profeta Maomé, Deus

disse: “Eu era um tesouro oculto, e amei ser conhecido. Por isso fiz a Criação”. E deste amor

e necessidade surge o verbo Kun, seja!, mas também Irji, retorne! Esta é a origem do

anseio e saudade da criação pelo Criador, é a força motriz que faz giras as esferas, os

planetas, átomos e todo o universo, e este giro é a expressão maior deste amor que

penetra e permeia toda criação em sua busca por retornar ao amado, sua origem e

destino último.

Esta é a dimensão maior do Giro Mevlevi conhecido como Sama e que, muito

provavelmente, na época de Rumi era mais livre e espontâneo, uma vez que ainda não

havia sido formatado no ritual que a ordem desenvolveu e vem apresentando desde

então. Mesmo porque, naquele tempo, as próprias escolas Sufis, em sua maioria, ainda

não haviam sido estabelecidas como ordens distintas, nomeadas segundo um mestre

fundador. A Ordem Mevlevi recebeu esse nome, pois Rumi foi conhecido e chamado

pelo nome de Mevlana, nosso mestre, mas os Mevlevis, e a liturgia dos giros, só foram

formalmente instituídos quando seu filho, Sultan Weled, assumiu a ordem como Xeique

após a morte de Husamuddin, sucessor de seu pai. Mas também sabemos que a ordem,

além do ritual conhecido, preservou o que é chamado de Giro ou Sema oculto. Onde os

dervixes se encontram às “portas fechadas” e onde o Giro está inserido dentro de uma

cerimônia mais íntima.

O Giro situa-se no centro do legado que foi deixado por Rumi e mostra ao ser humano o

seu verdadeiro e glorioso destino, embriagando os corações e deixando-os sedentos da

Presença do Amado. A cada passo ao redor de si, o dervixe busca seu coração e clama

pelo único Nome que reside dentro dele e que é o foco de seu anseio. A cada passo ao

redor do centro, ele busca aproximar-se do Senhor desse Nome, e com Ele compartilhar

do êxtase sublime da intimidade. E isso é feito dentro da esfera do amor, onde o amante

se dissolve e se confunde com o Amado e ambos tornam-se unos.

O Giro Dervixe não costuma ser ensinado isoladamente, mas faz parte de um conjunto

maior de conhecimentos e práticas e aqueles que desejam aprender são introduzidos

nessa tradição em momentos específicos de sua trajetória pessoal. É uma tradição

passada de forma íntima e pessoal, após anos de trabalho, exposição e incorporação de

níveis e estados de ser dentro do contexto maior da Escola, como expressão de uma

tradição que antecede o próprio Sufismo, e da qual ele é parte.

Na tradição do Quarto Caminho é dito que as Danças Sagradas (como é o caso do Giro)

são formas muito sofisticadas de se contar uma história, só que a história contada por

elas fala especificamente da condição do ser humano sobre a terra. Quando os

expectadores presentes à cerimônia compartilham desse conhecimento, mesmo que

intuitivamente, eles são transportados em direção aos cenários evocados que contam

sobre os caminhos que cada ser criado percorre em seu retorno à Fonte que o gerou.

O Giro não é uma dança ou técnica, ou um meio de se atingir estados alterados de

consciência, nem mesmo um meio de atingirmos as dimensões que descrevemos. Ao

contrário. Será somente após termos sido tocados pelas experiências que a percepção

destas dimensões despertam em nosso ser, que seremos então capazes de compreender o

real significado do Giro, e através dele, mergulharmos no infinito oceano da busca de

Deus por Ele mesmo. Portanto, o Giro não é um método, mas a expressão deste anseio.

Além disso, precisamos ter sempre em mente o que disse Fariduddin Attar, um autor

sufi que inspirou profundamente a poesia de Rumi: “Existem tantos caminhos a Deus

como Átomos no universo.” Por esta razão Rumi introduzia o giro somente àqueles que

possuíssem uma inclinação essencial a esta expressão e já estivessem maduros, ou que

já tivessem ingressado de forma intensa e responsável nesta jornada, tendo recebido

todo o treinamento prévio que permitisse a eles superar as fantasias e armadilhas do

Ego.





Na tradição do Quarto Caminho é dito que as Danças Sagradas (como é o caso do Giro)

são formas muito sofisticadas de se contar uma história, só que a história contada por

elas fala especificamente da condição do ser humano sobre a terra. Quando os

expectadores presentes à cerimônia compartilham desse conhecimento, mesmo que

intuitivamente, eles são transportados em direção aos cenários evocados que contam

sobre os caminhos que cada ser criado percorre em seu retorno à Fonte que o gerou.

O Giro não é uma dança ou técnica, ou um meio de se atingir estados alterados de

consciência, nem mesmo um meio de atingirmos as dimensões que descrevemos. Ao

contrário. Será somente após termos sido tocados pelas experiências que a percepção

destas dimensões despertam em nosso ser, que seremos então capazes de compreender o

real significado do Giro, e através dele, mergulharmos no infinito oceano da busca de

Deus por Ele mesmo. Portanto, o Giro não é um método, mas a expressão deste anseio.

Além disso, precisamos ter sempre em mente o que disse Fariduddin Attar, um autor

sufi que inspirou profundamente a poesia de Rumi: “Existem tantos caminhos a Deus

como Átomos no universo.” Por esta razão Rumi introduzia o giro somente àqueles que

possuíssem uma inclinação essencial a esta expressão e já estivessem maduros, ou que

já tivessem ingressado de forma intensa e responsável nesta jornada, tendo recebido

todo o treinamento prévio que permitisse a eles superar as fantasias e armadilhas do

Ego.









Um comentário:

  1. tudo leva a Deus quando se faz com amor. O giro, penso que assim seja, nos faz ir a Deus ,com os pes muito centrados na terra, isso quer dizer ,harmonia entre o corpo e o espirito, estar centrado, cabeça no céu e pes na terra.

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